domingo, 29 de outubro de 2017

Muita coisa me faz chorar. De fato sou uma chorona. De repente vem um sentir de alegria ou de tristeza e me deixo ir em lágrimas. Chorar. Pingo a pingo desfazendo e construindo na materialidade esse meu sentir. Eu sinto. Sinto muito. Tenho estado cansada, muito cansada. Vivo meus dias, como já disse, como uma bolha de sabão, flutuando, vagando por aí. Queria de fato vagar. Por aí. Tudo é com muito esforço. A inércia me chama pra ficar um pouco mais no verde. Ficar na espreita de um cheiro de verde. Me enfeitiço por esse verde. Queria me deixar ir. Mas não posso. É como se levasse o mundo nos meus ombros. Tantas vontades, tantos arrependimentos, tantas vidas que podia ter vivido. Queria mesmo estar vivendo em outra vida. Outras escolhas. Outros sonhos. Sorrisos diversos. Aqui estou só. Me sinto só. Me canso de tudo. Remanso. Queria o cheiro do verde. Queria um verde nas mãos. Aqui, ilhas de verde. Aqui, pouco sorrir. Aqui, muito cansaço e muito fugir.

domingo, 8 de outubro de 2017

As mãos quase não respondem. Os ossos só seguram algo que não se vê lá muito firme. Cai, despenca. Cansaço. Cansaço puro. A semana inteira foi de um polo a outro num mesmo dia. Euforia, entusiasmo, envolvimento para uma total tristeza, desespero. Ainda não entendo a morte. Ainda não entendo o que é deixar de se estar. Entendo muito talvez e por isso mesmo esse quase não estar. O luto pelo que ainda vai ser. O luto paulatinamente sentido. Coisa louca. Parece que se desiste, mas lutar pelo que? Minha cabeça dói, todo o corpo parece flutuar, vou vivendo dia após dia, no presente. Sem muito planejar e nem arrepender. talvez essa tenha sido uma importante lição disso tudo. Mas queria um abraço de um mundo distante. Queria abraçar todo esse mundo. E deixar ir, deixar não estar.