domingo, 23 de outubro de 2016

Sinto falta de escrever. Escrever sobre o que me passa e o que em mim fica. Escrever pra se auto compreender no ato. Escrever pra construir e destruir fantasmas. Talvez agora inaugure uma fase de escrita um pouco mais íntima do que de costume. Um pouco mais sincera. Tenho vários caderninhos com esse tipo de escrita. Mas quero fazer o mesmo neste caderno virtual pra compartilhar. Talvez esteja mesmo carente. Precisando me reconectar com meus amigos distantes. É isso, justificado. Comecemos.

...

Vira e mexe me vem essa sensação. Essa nostalgia que alimenta a ilusão do que um dia eu fui. E fico sentindo falta de mim mesma, desconhecendo-me no espelho. Sinto falta da maneira que levava minha vida em outro lugar, onde construía com os vizinhos amizades gostosas. Os vizinhos eram meus principais amigos e sinto muito a falta disso. Tive uma infância e parte da adolescência cheia deles. Cheia das brincadeiras e das visitas descompromissadas de suas casas. Leve, sem se preocupar. Mas a relação com os amigos de escola era diferente. A entrada em casa não acontecia, por preocupação da minha mãe. A entrada na vida também não. Eram dois universos separados, diferentes. Eu era diferente nesses universos. Uma época da vida isso foi diferente. A partir do CEFET minhas principais amizades passaram a ser de lá. E também foi uma das épocas mais felizes de minha vida. Agora onde estou as amizades não estão mais tão presentes em nenhum dos universos. Sempre fui uma pessoa complicada pra amizades. Sensível e exigente demais. E agora parece que barro tudo que pode chegar a mim. Me escondo. Aquela síndrome que já percebia na adolescência e foi incompreendida em confissão por um primeiro namorado, parece ter se alojado e ficado estável. Eu mesma evito meu crescimento com outras pessoas. É tão difícil sair desse estado, mas sinto quando ele vem chegando. Uma tristeza, uma raiva, um julgamento forte dos outros, uma arrogância talvez, um medo. E vai crescendo. Queria não ser assim. Mas hoje em dia acho que tenho deixado isso mais claro pra mim   e para os outros. Pode ser um passo a frente. Mas ainda o passo é pesado e fica tudo uma confusão. Não sei como sair disso. Nao sei como me permitir.

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