sexta-feira, 14 de março de 2014

Já falei da nova fase? É nova. Tenho medo e paixão. Fico sempre me preparando. Limpo o computador. Tiro sujeira do navegador. Invento bloquinhos de papel e virtuais. É o meu ritual de preparação. Dá frio na barriga. Serão tempos de muito estudo. E não quero me perder entre tantas pedagogias. Sair do mundo de carne e osso. Esquecer minha prosa e poesia.
É tarde da noite. Ele já se deitou. Nessa nova fase em que invertemos os sonos um do outro. Ah, mas eu ainda levanto tarde e ele cedo. Acho que isso também faz parte do ritual. Me treino para conseguir a produtividade que vem pela frente. Só não me deixem virar máquina.
Pensei que podia ter algo mais pra falar. "Penso renovar o homem usando borboletas!" Ele disse. E é algo mais pra falar. Acho que todos os dias vamos nos renovando com pequenas borboletas. Ok, de noite podem ser as mariposas. A gente deve entrar em casulos diariamente. Mas quando acordamos, esquecemos disso e lembramos da gente. Se ao invés disso a gente balançasse um pouco mais a cabeça antes de levantar da cama o plano do Manoel de Barros estava dado. Mas não. Logo nos esforçamos de saber onde estamos, limpar a remela, lembrar da agenda. E pronto: vestimos a roupa de ser o que somos. Tinha que ser apenas um brinco. O principal seria novo. Ou não seria nada. Apenas um perfume seria o ontem, o anteontem. Uma essência que agrega, mas não completa. O principal seria o nu. E pra isso, teríamos que entrar mais no casulo. Fazer esse exercício toda noite. Penetrar na nossa bobeira onírica e simplesmente esquecer. Memória de borboleta.
Quem sabe...