sábado, 25 de dezembro de 2010

ele!

Só pra constar, achei meu nexo!
Diz que ele foi à Irlanda, depois à Índia....agora tá aqui!
Ainda não o medi, mas pelo visto é bem pequenininho...








O que será que ele come?

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Um feliz natal

Hoje, um dia especial, lindo, mara! Um dia pra se passar com paz, união, amor... Presentear aqueles a quem se ama. ah o natal!


sei que é pedante. ainda mais vindo de mim. nos últimos anos o natal tem me irritado profundamente. Fico constrangida. Fico incomodada. Por que entro nessa do bom velhinho? Não sou religiosa. Procuro consumir o menos possível. odeio artificialidades. (fora o blog, facebook ou um bom chat.... ;) ). E todo ano é a mesma coisa. Cedo pela boa comida. Pela confraternização familiar. Pelo bem estar da família. Mas todos sabem que não é aqui que estaria se escolhesse!

O pobre do Jesus não pode nem nascer em paz! Vem comerciante berrar, vem a globo desejar que todos os sonhos do complexo do alemão sejam realizados com um bom cinema ou um video game pro Pedro. E a gente vai deixando o abacaxi pra mais tarde.

Mesmo os de esquerda.... " Não quero Natal quando crescer. _ você já tá grandinha. _na minha família-- você não tá sozinha. --tá, qdo eu morar sozinha."

por que é tão natural? é tão imbecil? é tão chato não gostar de natal? não ver sentido nisso?


pode ser rabugentagem ou infantilidade. é. ou pode ser realmente doente viver dessa forma.

desmedindo o nexo

clic, pararapapra. clic. clic.
tecla por tecla. letra por letra. parece gagueira.
grande esforço pra sair do estado. tão dramático assim?
reféns de imagens. de tuc tuc no fubá. reféns de qualquer coisa que os tire de si ou que os volte a si.
com muita dó, meu senhor.
é aquilo com T. um que empurra outro que estagna.
qualquer palavra que lembre rio, pedra, sapo. as ideias são as mesmas, pelo visto.
o cheiro do rompante. a ilusão da tela branca. quem dera as distâncias fossem vãs! e a quilometragem partice de onde se bem entedesse.
pra onde ir, então?
seria muito óbvio, sério demais. e ontem foi definido assim: "sensível, inteligente. foge do padrão, por algum motivo que desconheço. mas, sim. desejo, atração. além da palavra.erótico, talvez."
mundo está limitado-completa.
é nos vazios, nas lacunas de gente, que mais se completa- adjetiva.
nada é de si. talvez o olho torto, a boca inchada e um esboço do que gostaria.
porque quando começa esse estado, cai que nem vento.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

outra plantinha, pode ser, Padim?

Agora venho pedir plantinha pra tirar dor de morte.
Carece ter gosto bom não, a gente dá um jeito por aqui.
Pior gosto que de morte e arrependimento tem não.
Misturo com um bolim de mandioca pra minha mãe e ela sara dessa coisa ruim. E não faz ela pensar em tudo que podia ser e do mais perto que ela podia estar. Não pode, Padim!
Plantinha pra fazer ela raciociná que a vida a trouxe pra cá. tem jeito não. São os caminhos que ela escolheu pra trilhá. Se ela tivesse conhecido essa plantinha antes não tinha tanta dor no seu olhar!
Tira dor de morte mesmo?
Planta das boa que sempre tá em falta, porque tem sempre gente aos monte a morré...

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

plantinha pra...

pra desnoiar!
existe?
tem efeito colateral ou dificuldade no preparo?
pois é dela que tô precisando, Padim...
pra dormir de vez, sem fantasma e dor de barriga.
Sabe de qualé ne? A gente fala que esquece...mas esquece só até a hora de alembrá.
e desse jeitim faz bem não.
então me diz vai...me dá uma frutinha pra desnoiá!
e um beijinho que é pra mode de eu me apaixoná!

domingo, 19 de dezembro de 2010

sabia plantar, sabia colher, gostava de florescer

Essa minha postagem de agora é um grito cerebral de um coração que se reconheceu em Seu Profio e em outros Seus e Donas do quilombo dos Gurutubas da comunidade de Malhada Grande.
"Sabia plantar, sabia colher, gostava de florescer."
Que nem flor de Mandacaru era a força de Seu Profio.
Chegamos vindos de conceitos, de cidade, de universidade. Mesmo que com coração aberto, nossas vivências são diferentes. É preciso reconhecer as diferenças e não tentar se igualar. Apenas florescer juntos.
Daquele rosto marcado pelas linhas da seca, daquelas mãos calejadas pelo colher do pão, sai uma sábia vida, daquele que gosta de experimentar a terra, de brincar com os frutos da chuva. Observa, espera, troca, vai atrás. E dança. Passos miúdos, passos decididos. Sua humilde sabedoria me emocionou.
Me sentí em casa. Claro que uma casa diferente. Não me vejo como aquelas pessoas, mas me vejo com. É possível e urgente a convergência! Não tenho as mãos da roça da manaíba, não tenho a coragem debaixo do sol. Mas tenho meu coração com uma mão semper dada e um querer sempre infantil de mudar o mundo. E é possível!
Aquelas pessoas tem modo de vida que nos ensinam muito. Desde pequenos sabem ouvir o que a mãe terra quer nos dizer e nos grita a cada dia. São grandes ouvidores!
Juntando isso com a sabedoria internateusca teremos uma revolução. É o que vem em minha mente ultimamente.
Mandacaru quando fulora la na seca...
Agradeço poder ter estado em companhia de tão sábia e lutadora gente!

A vida

A vida, tem gente que quer resumir a um não e um sim.
Eu escolho o talvez.
Nessas oito da noite parecendo seis.
Tiro a casquinha do machucado pra ver o sangue correr.
Fico de lado. Não me calo.
A dor existe, insisto. Ela me grita todos os dias.
Mas não a interpreto, é como um berro sem nexo.
Tenho medo do meu desconexo e ficar pra sempre dentro de mim.
É isso o que mais me aflige nas discussões sem fim.
O que vivo só eu sei.
Os passos por onde caminhei.
Fui catando. Fui juntando.
Agora já não sei.
Mesmo tendo certeza de muitas outras antes obscuras coisas.
Mais vale a incerteza na mão que dois sins a voar?
Sei que agora estufo o peito.
Mesmo que na cama passe algumas manhãs velhas.
sei que neste ano me surpreendi.
Amei e fui amada.
E o amor muda a forma que a gente vê tudo.
Me repito nesse tema.
Teorema.
Amar é coisa. Amar é ar. é o olhar.
Andança. cansa.
Mas se chega.
Nada melhor que saber o fruto de um caminhar.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Amar não tá pra peixe!

>Bem, aqui coloco um textículo que fiz ha uns meses, talvez em maio de 2009 e por aí vai.
Essa frase do título foi tirada de uma pintura que tava rolando no Cine Arte De...lírios. Eu era frequentadora acídua do delírius. Acontecia, se me lembro bem, semana sim semana não, às sextas-feiras no Porão do Centro de vivência da UFV. Desde setembro de 2008 até mais ou menos maio de 2009. Movimento espontâneo e livre! Que me fez conhecer pessoas diversas, e experimentar outras diversas sensações...!ê-ê!

Ai vai:

Eu não sou. "Amar não tá pra peixe", disse o careta. Eu não sou peixe.

Eu não sou.

Sou do escarro. Como o romântico fajuto. Sou do escarro que nada! Sou da bunda presa. Da cor escondida. Do choro lembrado.

Ó! Eu desavesso o meu avesso que ele não tem contexto algum. E o máximo que sou é "foda", disse o bruto.

Brutos também amam. Tá na cara.

Por que não me impregno de realidade? O que sei eu de realidade!

Nada se faz! Pro nada se anda! E não pode ser tão pós-moderno assim!

cativante! A amizade cativa. Não quero esse ensinamento. Não aplico. aplico em mim: cativa de seres, de pensares...cativa do próprio não cativar.

acho que a vontade de escrever parou naquele ponto. Me lembro bem do sentimento. Era vontade de deixar pra lá o gostar de algúem distante. De se prender nesse querer. Era dessa forma que viví alguns amores. Talvez tenha mudado com relação a isso. Me pintei com um pouqinho mais de realidade. Pra quem sempre flutuou, uma nuvenzinha que de vez em quando chove é muito real. E fico feliz por isso. mesmo que o romantismo não tenha se ido de mim, posso ver as coisas com outros olhos agora. Olhos emprestados-próprios.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

A letra do corpo- Babilak Bah


O corpo constelação de sílabas
Alfabeto de carne e sangue
Fonemas de ossos,
distribuídos em símbolos
Metalinguagem da pele
Sob o suor da palavra
Na metáfora dos poros
Parágrafo nos músculos
Morfologia dos cabelos
Hipertexto
Letra falante vírgula nos pés
Aspas no coração sem parêntesis
Um verso metrificado
Semiótica dos ouvidos
de grafismos vesgos
Espinha dorsal do verbo
O corpo dicionário de gestos
Aberto à sonoridade dos olhos
http://www.babilakbah.com.br/

No Psiu Poético  em Outubro deste ano, meio a péquis, requeijões e quilombolas conhecí este poeta. Havia muitos outros livros ali sendo vendidos, a poesia circulante, mas esse por algum motivo me chamou a atenção. A poesia era diferente das outras que ali estavam, mesmo que não tenha me feito um carinho tão grande no coração já era algo.

Nesta manhã de segunda, já sem compromissos acadêmicos, ouvindo Otros Aires (tango eletrônico), meu coração se enche.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Nunca haviam se visto daquela maneira. Talvez fosse o embrigar da luz de fim da tarde e a boa conversa. Nunca reparou naquelas mãos suaves que lhe serviam o chá. E ela naquele sorriso jovem.
 Eram duas, às cinco da tarde.

Tinham se conhecido casualmente. Ela de muito longe a cumprimentou junto a seu namorado. Chapéu nos cabelos ruivos. Aperto nos braços, um abraço. Bonita moça!-pensou. De leve, sentiu um ciúmes.
Passaram dias sem se ver. E quando a presença foi comum, a sós, compartilharam lágrimas no filme que sempre a emocionava e hoje entristecia sua mais nova amiga. Desanuviar!

Risadas foram acontecendo. Ficava intrigada com aquela mulher. Ela lhe despertava coisas fantásticas e ao mesmo tempo ruins. De fato, ela a revolvia.

Mas o estranhamento foi passando e as duas passaram a trocar rotinas uma com a outra. Conversavam de seus amores. Riam dos homens que conheciam, aconselhavam-se, sugeriam empregos. Ao longo dos anos, Carmen contou 5 namorados que Felipa teve. Ela mesma havia perdido a conta dos seus.

Carmen era mais velha. Havia se cansado de amar do jeito de sempre. Muitos homens a fizeram chorar. Perdeu-se um pouco de seu caminho. Felipa ainda era jovem. Queria o mundo. O tinha, de fato. Usava toda sua energia para seus amores, suas conquistas, seu dia-a-dia. E não cansava de sua alegria infantil.

Eram cinco da tarde. O frescor do pós-chuva de verão atingia seus lábios, seus seios. Diego havia saído. Manoel chegaria logo. A canela do bolo fazia uma agradável combinação com o chá preto. Ouviram o esganar no quero-quero e se lembraram juntas de um dia de sol na grama, há muitos anos.
Fazia uma manhã e Carmen estava muito triste. Estava dividida entre dois amores. Não poderia escolher, não se permitiria. Felipa então, suavemente lhe tocou a nuca: "Quero-quero faz amor em qualquer parte. Amar também se ama desse jeito. Quero-te bem."

A lembrança girou como a colher na porcelana. E antes que Carmen atendesse a porta para Manoel, Felipa a pegou entre os dedos. Acariciou-lhe os braços.  Sorriram. Nunca se haviam olhado assim. Mas o sentimento viu-se sentido há muito. Carmen virou-se, afagou os cabelos ruivos de Felipa e docemente trouxe seus lábios junto aos dela.

Ali, duas flores desabrocharam para nunca mais murchar.